13 de jun. de 2012

Lançamento de Mestre Virtual: 13/6/12

Finalmente chegou o grande dia! Hoje é o lançamento da nossa revista eletrônica Mestre Virtual.
Após muito esforço e dedicação iremos compartilhar, com todos os alunos do curso de Pedagogia da Faculdade Sumaré da unidade Santo Amaro e convidados, o nosso trabalho.
A equipe Mestre Virtual deseja sucesso a todos e que tenhamos um bom evento!

Lívia, Jailson, Mari, Patrícia, Paloma e Leandro

Vida Maria: uma reflexão

VIDA MARIA” é um filme curta-metragem em animação realizado com recursos do edital “3o. PRÊMIO CEARÁ DE CINEMA E VÍDEO”, realizado pelo Governo do Estado do Ceará, onde recebeu nota máxima na categoria “FICÇÃO-ANIMAÇÃO-FILME”. O curta se consagrou nos festivais de cinema em 2007 e encerrou o ano como o filme mais premiado do Brasil. 
Produzido em computação gráfica 3D e finalizado em 35mm, o curta-metragem mostra personagens e cenários modelados com texturas e cores pesquisadas e capturadas no Sertão Cearense, no Nordeste do Brasil, criando uma atmosfera realista e humanizada. Maria José, uma menina de 5 anos de idade, é levada a largar os estudos para trabalhar. Enquanto trabalha, ela cresce, casa, tem filhos, envelhece.





Fonte: VIACG

A doutora Waldivia Maria de Jesus fala sobre alfabetização e letramento

Waldivia Maria de Jesus nos concedeu uma entrevista sobre alfabetização e letramento.
Waldivia possui graduação em Língua e Literatura Portuguesas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1992) e mestrado em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2007). Doutorado em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de são Paulo (2011). Experiência no ensino de Língua Portuguesa, na Educação Básica, atuando na Secretária Municipal de Educação, EMEF. Otoniel Mota.


Currículo Lattes de Waldivia Maria de Jesus



Nos anos iniciais se fala muito em alfabetização e letramento, para senhora, o que significam esses termos e como associá-los ou aplicá-los durante o processo de aprendizagem dos alunos?
Waldivia Maria de Jesus: A alfabetização refere-se ao desenvolvimento de habilidades do sujeito para codificar e decodificar signos linguísticos, como condição básica para que ele exerça a ciência da leitura e da escrita. O letramento é uma extensão qualitativa da alfabetização, pois visa ao desenvolvimento de habilidades para que o sujeito faça uso dos códigos linguísticos de maneira interacionalmente satisfatória. Nas fases de desenvolvimento mais avançadas, a alfabetização e o letramento devem ocorrer de modo simultâneo, por meio do incentivo à reflexão sobre a linguagem e seus diversos usos, de acordo com o tempo, o lugar e as pessoas envolvidas no evento discursivo.


Existe um método eficaz de alfabetizar e letrar o discente?
Waldivia: Existem várias metodologias de ensino que podem contribuir para alfabetizar e letrar o educando de modo simultâneo. Os métodos ativos parecem ser os mais eficazes. Esses métodos privilegiam a reflexão sobre o objeto de ensino em questão, focalizando-o sob diversos ângulos, designando suas diferentes faces e relacionando-as com outros elementos e outros contextos.


O que permite que leitura e escrita sejam aplicadas de uma maneira eficaz?
Waldivia: A reflexão sobre as diferentes funções da linguagem consiste em um dos fatores que contribui para que as atividades de leitura e escrita se processem de maneira significativa e eficaz.


Quais são os desafios no trabalho com gêneros textuais? Os contextos socioculturais dos alunos influenciam muito?
Waldivia: A qualidade da formação dos docentes pode constituir desafios para  trabalhar com textos, numa abordagem de gêneros, uma vez que essa abordagem requer do professor conhecimentos de vários aportes teóricos, tais como: a Sociolinguística, a Psicolinguística, o Funcionalismo, a Análise Crítica do Discurso e outros aportes teóricos afins. Por meio do aprofundamento desses conhecimentos, o professor poderá encontrar os meios mais eficazes para orientar os alunos, de acordo com suas cognições socioculturais.


O professor precisa de que competências e habilidades para que esse trabalho aconteça com bons resultados?
Waldivia: O professor precisa buscar aprofundamento teórico e experimentar a aplicação dos diversos aportes teóricos às praticas de ensino de linguagem.


Na sua opinião, como se dá uma avaliação que auxilie o professor e o aluno nesse processo de leitura e produção escrita?
Waldivia: A metacognição ou a reflexão sobre os processos de ensino/aprendizagem deve nortear os processos avaliativos, pois quando os sujeitos desses processos expõem ideias e dúvidas, eles elevam o grau de consciência sobre seu fazer e sobre o grau de dificuldade que encontram para realizar uma determinada tarefa. Essa avaliação é essencial para redimensionar as ações e buscar o caminho para obter sucesso na construção do conhecimento em questão.


Qual o papel da escola nesse processo de aquisição de leitura e escrita?
Waldivia: O papel da escola é fornecer bases para a construção de uma cultura que valorize o desenvolvimento das capacidades leitora e escritos dos alunos.


E a família onde entra nesse processo?
Waldivia: As famílias têm um papel importante no processo de leitura e escrita das crianças e dos jovens. Para despertar o gosto pela leitura, os pais devem criar o hábito de ler histórias infantis para seus filhos. E, à medida que os filhos forem desenvolvendo a competência leitora, os pais devem solicitá-los para que leiam histórias para eles ouvirem.


Qual a importância social de se formar bons leitores e escritores?
Waldivia: A formação de leitores e escritores é de extrema importância, pois, ao veicular, pela linguagem, os significados/sentidos que desejam e, ao interpretar os significados/sentidos que chegam até eles, a vida deles ganha em qualidade, uma vez que   passam a perceber o quanto são capazes de transformar suas relações com o mundo ao mesmo em que são transformados.


A senhora acha eficaz a proposta de ensino (currículo) para Língua Portuguesa? Ela ajuda o professor à planejar suas aulas?
Waldivia: A língua é a base de tudo, portanto deve ter lugar privilegiado em todos os currículos. O professor que tiver competência linguística, comunicativa e sociocultural, com certeza, terá maior habilidade para planejar suas aulas e operacionalizar seu plano de curso, de acordo com as características de seus alunos.


Qual reflexão a senhora deixa para todos quanto à educação em geral?
Waldivia: Caros educadores, não se sintam culpados, caso pensem que suas ações surtem pouco efeito positivo sobre a educação, se pensam assim é porque vocês são excelentes educadores e estão sempre buscando novas maneiras de ensinar para atingir a excelência desejada.  

Novo acordo ortográfico: mudanças

Confira quais são as mudanças na Língua Portuguesa após o novo acordo ortográfico:

1. Acento agudo 

- Deixa de existir nos ditongos (encontro de duas vogais em uma só sílaba) abertos "ei" e "oi" das palavras paroxítonas (que têm a penúltima sílaba pronunciada com mais intensidade).

heróico   heroico

assembléia   assembleia


Observação: as oxítonas (com acento na última sílaba) e os monossílabos tônicos terminados em "éi", "éu" e "ói", no singural e plural (anéis, chapéu e herói) continuam com acento.

- Desaparece nas paroxítonas com "i" e "u" tônicos que formam hiato (sequência de duas vogais que pertencem a sílabas diferentes) com a vogal anterior, que, por sua vez, faz parte de um ditongo.

feiúra   feiura

Observação: as vogais "i" e "u" continuam a ser acentuadas se formarem hiato, mas estiverem sozinhas na sílaba ou seguidas de "s" (baú e baús) ou, em oxítonas, se forem precedidas de ditongo e estiverem no fim da palavra (tuiuiú).

2 . Trema

- É eliminado, mas a pronúncia continua a mesma.

tranqüilo   tranquilo

freqüente   frequente


Observação: o sinal foi mantido em nomes próprios de origem estrangeira, bem como em seus derivados (como em Müller e mülleriano).

3. Acento circunflexo 

- Não é mais usado nas palavras terminadas em "oo".

enjôo   enjoo

- Também desaparece o circunflexo na conjugação da terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos crer, ler, ver e derivados.

lêem   leem

Observação: nada muda na acentuação dos verbos ter e vir e dos seus derivados.

4. Acento diferencial

- Nos casos abaixo, não é mais usado para facilitar a identificação de palavras homófonas, ou seja, que têm a mesma pronúncia.

- pára (forma verbal) e para (preposição)

- pelo (preposição + "o") e pêlo (substantivo)

Observação: duas palavras continuarão recebendo o acento diferencial:

- Pôr (verbo) mantém o circunflexo para que não seja confundido com a preposição por.

- Pôde (verbo conjugado no passado) também mantém o acento para que não haja confusão com pode (o mesmo verbo no presente).

5. Hífen

- Deixa de ser empregado quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com as consoantes "s" ou "r". A consoante, então, passa a ser duplicada.

anti-religioso   antirreligioso

- Caiu nos casos em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com outra.

auto-estrada   autoestrada

Observação: ele se mantém quando o prefixo termina com "r" e o segundo elemento começa com a mesma letra, como em super-resistente.

Fonte: Nova Escola

Última chamada: novo acordo ortográfico passa a valer em 2013

As novas normas da Língua Portuguesa passam a ser obrigatórias no ano que vem. Você está preparado?

As regras do novo acordo ortográfico passam a valer definitivamente a partir de 1º de janeiro de 2013. Se você ainda não domina todas as mudanças, precisa se preparar para adotá-las. Todo professor, independentemente da disciplina que leciona, deve seguir as normas para escrever corretamente em diferentes contextos - na preparação e na correção de atividades e provas, no quadro, nos bilhetes enviados aos responsáveis e em textos direcionados aos colegas de trabalho e à direção, como o planejamento. 
Submarino
A melhor forma de lembrar as alterações - e incorporá-las progressivamente - é manter bons materiais de consulta sempre à mão. "Uma possibilidade é recorrer a um dicionário com verbetes atualizados, que pode ficar em classe ou na sala dos professores, até que todos se familiarizem com elas", diz Clecio Bunzen, docente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). No computador, usar versões recentes de corretores de texto também ajuda. Outra dica é preparar colas sobre aquilo que desperta mais dúvidas, como o uso do hífen, e deixá-las sempre à mão. 
Bem informado e preparado, você estará apto a esclarecer questões trazidas pelos alunos e ajudá-los a revisar seus textos. Crianças em processo de alfabetização são as menos afetadas, pois já devem aprender conforme as novas regras da língua. Além disso, nas séries iniciais, não há um trabalho de reflexão sobre a acentuação ou sobre o uso do hífen - duas das principais modificações. "Nesse momento, os pequenos se preocupam com outros aspectos da ortografia, como escrever caracol com 'l' ou com 'u'", afirma Bunzen. "Quando forem estudar os acentos, as regras novas já terão sido internalizadas", afirma. 
Os mais velhos, que conhecem as normas hoje em vigor, têm mais dúvidas. "Eles precisam ser orientados por meio do ensino específico do que mudou", explica Artur Gomes de Morais, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e autor de livros sobre o aprendizado da ortografia. Segundo ele, é importante ler palavras grafadas corretamente, especialmente nos casos em que as formas não podem ser compreendidas com regras. A recomendação, nesse caso, também é usar materiais de consulta, sem se preocupar em levar a turma a decorar as alterações não usadas com frequência. 
Se a garotada se deparar com uma grafia antiga em um livro, por exemplo, pode-se incentivar a investigação do "erro", buscando a data de impressão dele. As alterações na ortografia podem ser resgatadas no momento em que essas dúvidas surgem - sem desviar, é claro, do conteúdo previsto para a aula.

O que motivou o novo acordo

As mudanças foram planejadas visando unificar as regras do idioma no Brasil, em Cabo Verde, em São Tomé e Príncipe, em Portugal, em Angola, na Guiné-Bissau, em Moçambique e no Timor Leste, que vêm discutindo o tema desde os anos 1990. O fator econômico foi determinante, pois a padronização vai facilitar a integração comercial. 
Ler o Mundo
A unificação pode ainda estimular o intercâmbio científico e cultural entre esses países. Embora todos falem a mesma língua, nem sempre é fácil entender além de suas fronteiras o texto escrito em um deles. E isso impede que as culturas nacionais transitem de um país para outro. "Com a reforma, é esperado que os bens culturais dessas nações, como as produções literárias, ganhem maior projeção e passem a ser mais consumidos fora de seu território de origem", explica Ulisses Infante, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e autor de diversas obras sobre a língua. 
A reforma não atinge todos os países da mesma maneira. No Brasil, por exemplo, 2 mil palavras sofreram alterações, ou seja, 0,5% do total. Já em Portugal cerca de 10 mil termos mudaram - 1,5%. Lá, "óptimo" e "acção" passaram a ser grafados como por aqui ("ótimo" e "ação"), aproximando-se da linguagem oral comum no nosso país. 
Mudanças ortográficas não são uma novidade no Brasil. As primeiras ocorreram em 1943, com o propósito de aproximar as normas oficiais da língua usada no cotidiano, incorporando brasileirismos, por exemplo. Assim, foram endossadas grafias como "comércio" e "farmácia", que já eram usadas por aqui juntamente com "commercio" e "pharmacia" - comuns em Portugal. 
Uma nova atualização ocorreu em 1971. Nessa, o trema nos hiatos átonos (como em "vaïdade") deixou de ser usado. Além disso, o acento circunflexo diferencial nas letras "e" e "o" das palavras escritas da mesma maneira, mas com sons distintos, foi eliminado. É o caso do substantivo "almôço", que levava acento para ser distinguido de "almoço", da conjugação do verbo almoçar na primeira pessoa do singular. O mesmo ocorreu com o substantivo "comêço". 
Esse percurso comprova que a língua é dinâmica e se altera com o passar dos tempos. O mesmo ocorre com a ortografia, uma convenção social, fruto do momento histórico. As mudanças do idioma, portanto, devem ser analisadas de acordo com o contexto. 

Fonte: Nova Escola

Os conteúdos de aprendizagem pela ótica de Zabala


La verdad
Antoni Zabala, referência internacional na educação, catalão, formado em Filosofia e Ciências da Educação pela Universidade de Barcelona, foi responsável pela maior transformação do sistema de ensino espanhol.
Em seu texto A função social do ensino e a concepção sobre os processos de aprendizagem: instrumentos de análise, In: A prática educativa: como ensinar (1998), Zabala discute a relação da proposta metodológica e as concepções de ensino que o docente possui e enuncia sobre os processos de aprendizagem dos alunos.
Pode-se dizer que atrás de toda proposta metodológica se esconde uma concepção do valor que se atribui ao ensino.
Durante a história da educação houve diversas correntes teóricas sobre o ensino. Atualmente, no Brasil, a mais valorizada é a Sócio-construtivista, a qual tem como principal objetivo a formação integral do discente, ou seja, educar para formar cidadãos críticos e reflexivos.
O professor deixa de ser “o mestre conteúdista” e se torna mediador do processo de aprendizagem dos alunos, possibilitando o desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo e atitudinal dos mesmos.
Zabala, nesta obra, inspirado na tipologia de César Coll Salvador, cita quatro tipos de conteúdos de aprendizagens: factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais.
O autor afirma que “quando se explica de certa maneira, quando se exige um estudo concreto, quando se propõe uma série de conteúdos, quando se pedem determinados exercícios, quando se ordenam atividades de certa maneira, etc, por trás destas decisões se esconde uma ideia sobre como se produzem as aprendizagens” (p. 33, 1998).
Para fins didáticos, esses quatro conteúdos de aprendizagem serão explicados através da análise de um plano de aula de matemática, retirado do site Nova Escola.


Objetivos
Ler, interpretar e identificar as informações de um gráfico de barra.

Conteúdo

Tratamento da informação: gráfico de barras

Anos

2º e 3º anos

Tempo estimado

Três aulas

Desenvolvimento

1ª etapa

Apresente o gráfico abaixo para os alunos, mostrando e nomeando, se a turma não dominar a terminologia ainda, os eixos verticais e horizontais. Questione: qual o assunto tratado? Quais informações são apresentadas pelo gráfico? O que significam os números que aparecem no eixo vertical? Essa etapa é uma exploração inicial e global, para que as crianças se apropriem tanto das informações (legendas, título, dados fornecidos...) como da estrutura de organização (relação entre os dados). Chame a atenção para o fato de que a estrutura de um gráfico permite identificar algumas informações mesmo sem fazer cálculos, como qual a espécie com maior quantidade de animais. Explique que a leitura do gráfico implica na interpretação dos eixos horizontais e verticais (espécie versus quantidade).

Espécies de animais do zoológico de São Paulo (dados coletados no site)
 
Espécies de animais do zoológico de São Paulo

2ª etapa
Proponha algumas situações específicas de resolução de problemas a partir das informações fornecidas pelo gráfico da etapa anterior. Em dupla, peça que os estudantes respondam algumas questões:

1) Qual a espécie que mais tem animais no zoológico de São Paulo? Quantos são os animais dessa espécie? 


2) Qual a diferença entre a quantidade de répteis e mamíferos no zoológico? 


3) Quantas espécies de anfíbios têm no zoológico de São Paulo? Como você fez para descobrir?


3ª etapa

Em dupla, proponha que os estudantes analisem o gráfico abaixo e elaborem três perguntas que possam ser respondidas com base nele.
Tempo aproximado de vida de alguns mamíferos do zoólogico de São Paulo

Tempo aproximado de vida de alguns mamíferos

Depois dessa atividade, troque as perguntas entre as crianças, para que outros alunos possam responder as questões levantadas pelos colegas.

4ª etapa

Coletivamente, discuta se todas as perguntas puderam ser respondidas. E questione quais não foram possíveis e os motivos.

Avaliação

Apresente o gráfico abaixo para os alunos e peça que, individualmente, respondam às questões:
a) De que trata o gráfico?
b) Escreva duas informações sobre os animais que aprendeu com a leitura desse gráfico.
Os animais e seus filhotes

Os animais e seus filhotes 
 

Antes de analisar o plano de aula e conceituar os quatro tipos de conteúdos de aprendizagem é importante ressaltar que “antes de efetuar uma análise diferenciada dos conteúdos, é conveniente nos prevenir do perigo de compartimentar o que nunca se encontra de modo separado nas estruturas de conhecimento. A diferenciação dos elementos que as integram e, inclusive, a tipificação das características destes elementos, que denominamos conteúdos, é uma construção intelectual para compreender o pensamento e o comportamento das pessoas. Em sentido estrito, os fatos, conceitos, técnicas, valores, etc., não existem. Estes termos foram criados para ajudar a compreender os processos cognitivos e condutuais, o que torna necessária sua diferenciação e parcialização metodológica em compartimentos para podermos analisar o que sempre se dá de maneira integrada.” (ZABALA, p.39, 1998)

Aprendizagem dos conteúdos factuais:
Segundo Zabala (p.41, 1998), “por conteúdos factuais se entende o conhecimento de fatos, acontecimentos, situações, dados e fenômenos concretos e singulares: a idade de uma pessoa a conquista de um território, a localização ou altura de uma montanha, os nomes, os códigos, os axiomas, um fato determinado num determinado momento, etc.”
Por muitas vezes esses conteúdos tem caráter arbitrário, portanto não necessitam de uma compreensão, aprende-se pela cópia e memorização.
No plano de aula estudado os conteúdos factuais são:
  • Títulos dos gráficos: Espécies de animais do zoológico de São Paulo e Tempo aproximado de vida de alguns mamíferos do zoológico de São Paulo;
  • Legendas dos gráficos;
  • Números apresentados no gráfico.

Aprendizagem dos conceitos e princípios:
Para o autor “os conceitos e os princípios são termos abstratos. Os conceitos se referem ao conjunto de fatos, objetos ou símbolos que têm características comuns, e os princípios se referem às mudanças que produzem num fato, objeto ou situação em relação a outros fatos, objetos ou situações que normalmente descrevem relações de causa-efeito ou de correlação.” (ZABALA, p.42, 1998)
O princípio presente neste plano de aula é o gráfico, pois o mesmo significa a relação entre os eixos horizontais e verticais, neste caso, espécie versus quantidade.
A aprendizagem de conceitos ou princípios deve ser o mais significativa possível, provocando um verdadeiro processo de elaboração e construção pessoal do conceito, ou seja, o aluno deverá ser capaz de interpretar, compreender e expor esses conceitos. (ZABALA, 1998)

Aprendizagem dos conteúdos procedimentais:
Zabala enuncia que “um conteúdo procedimental (...) é um conjunto de ações ordenadas e com um fim, quer dizer, dirigidas para a realização de um objetivo. São conteúdos procedimentais: ler, desenhar, observar, calcular, classificar, traduzir, recortar, saltar, inferir, espetar, etc.” (p.43, 1998)
Os conteúdos procedimentais que serão desenvolvidos nessas atividades são:
  • Analisar: os alunos terão que analisar previamente os gráficos para se apropriarem das informações;
  • Ler;
  • Calcular;
  • Interpretar;
  • Elaborar
A realização de ações que formam os procedimentos é uma condição sine qua non para aprendizagem, essas ações são necessárias para que ocorra a aprendizagem dos conceitos e princípios. (ZABALA, 1998)

Aprendizagem dos conteúdos atitudinais:
O termo conteúdos atitudinais engloba valores, normas e atitudes.
No plano descrito anteriormente, pode-se dizer que os conteúdos atitudinais serão desenvolvidos durante a tarefa em dupla e no momento de socialização das perguntas e respostas das atividades. Estas propostas exigem que o aluno tenha respeito com o outro, ajude o colega e coopere com o grupo.

Em suma...
O termo “conteúdo” normalmente é utilizado para nomear o que se deve aprender nas disciplinas e matérias. É uma alusão a quantidade de conhecimento que deverá ser adquirido.
Após a análise do plano de aula é possível perceber que os conteúdos de aprendizagem são “todos aqueles que possibilitem o desenvolvimento das capacidades motoras, afetivas, de relação interpessoal e de inserção social” (ZABALA, p. 30, 1998). Ou seja, o conjunto de aprendizagens possíveis em uma sala de aula está além do que se encontra nos currículos.
Segundo Zabala (p.30, 1998) “tudo aquilo que indubitavelmente se aprende na escola, mas que não se pode classificar nos compartimentos das disciplinas, não tem aparecido e tampouco tem sido objeto de avaliações explícitas” é denominado currículo oculto.
Compreender todos esses conteúdos de aprendizagem nos faz pensar sobre a prática pedagógica do professor, pois  “por trás de qualquer prática educativa sempre há uma resposta a por que ensinamos e como se aprende”. (ZABALA, p.33, 1998).


Paloma Silva

Referências Bibliográficas:

Conexão Eventos, Antoni Zabala, 2/2/2005. 
Disponível em: <http://www.conexaeventos.com.br/detalhe_noticia.asp?id=21>. Acesso em: 22/5/2012.

GALVÃO, Maria Clara. Leitura de gráficos sobre animais do zoológico, In: Nova Escola. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/leitura-graficos-animais-zoologico-643178.shtml>. Acesso em: 22/5/2012

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda., 1998.